Domingo, 09 de Maio de 2010

Querido Diário:
Acho que preferia morrer ao castigo que Anarion me deu. Mas passo a explicar… Hoje de manha:
-Bom dia minha princesa.
Estava com a cara completamente vermelha de tanto chorar, o meu pescoço tinha nódoas negras de ele me ter apertado a cara. Limitei-me a não lhe responder mas ele insistiu:
-Estás a chorar boneca? Oh! Não chores eu ajudo-te, vá nada melhor que uma boa noticia que trago para ti e um beijo.
Desviei a cara quando o tentou dar e fugi para a beira da porta que ele teve o cuidado de fechar mal entrou.
-Estás a fugir de mim? Como te atreves? Vais ser a minha futura mulher!
-VOU O QUE? SÓ PODES ESTAR DOIDO.
-Fala direito para mim senão zango-me e vais querida. É uma maneira de te amar e de ter tudo o que pertencia ao meu pai e o resto que não pertencia. Ter todo o Oeste e o Este Azul. Fazer estas pessoas trabalhar para nós e ver os nossos filhos crescer saudáveis por estes jardins.
-Eu nunca vou ter filhos contigo! – disse com tom severo.
-Ai não? Vamos ver se não vais. A opção de morreres está fora de questão, o meu pai poupou-te a vida a única opção é casares. Vou-te fazer tão feliz minha querida.
-Não vais nada seu nojento.
-Ai! Não se fala assim com o marido. O teu pai nunca te ensinou isso? Ah é verdade, ele morreu!
-Não falas assim do meu pai, seu cão sem escrúpulos.
-Menina estás a sair da casca! Que castigos te posso dar? Beijos? Ter o teu corpo só para mim?
-AFASTA-TE NOJENTO!
-Pronto só um beijo. E espero que não te tenha de agarrar à força para to dar!
-Eu acho que tens porque enquanto estiver no meu perfeito juízo não tornas a fazer isso!
-Não faz mal querida.
Forçou-me novamente e beijou-me.
-Estes beijos sabem muito melhor. Bem deixo-te por um bocadinho.
Saiu do quarto com um ar de riso irónico. Eu voltei a tentar com o Erat:
-Erat! Erat! Fala comigo por favor. Preciso imenso de ti! O Anarion quer que case com ele à força.
Ele infelizmente voltou a não me responder. Tentei durante todo o dia chorava a pensava no som do choro para lhe chamar à atenção mas sem sucesso. Mas ao final da tarde tentei um estilo diferente.
-Erat. Melinye. Já sei o que isso significa. É Amo-te na língua que tu e a minha avó tanto falavam. Melinye Erat com todas as letras.
Esperei um bocadinho mas ele acabou por responder:
-Yáviël! Que se passa? Yáviël?
-Erat! Aleluia! Eu estou presa.
-Tu estás o que? Olha deixa-te de tangas, já não te chega o que passou?
-Eu estou a dizer a verdade. Não recebeste nenhum dos meus pedidos de apelo?
-Não, ouvi foi o Melinye. E esperei um bocadinho antes de responder a pensar se devia de responder.
-Mas eu já ontem te pedi ajuda. O Anarion é filho de Rathir!
-O ANARION O QUE?
-É verdade Erat! AJUDA-ME! Eu estou aprisionada num quarto do castelo no Este Azul!
-TU ESTÁS O QUE?
-É verdade. E ele quer casar comigo e todos os dias me beija á força!
-EU MATO-O!
-Não quero que o mates mas anda-me salvar Erat!
-Vou reunir com as tropas e preparar-nos para isso! Amanha de manha já estarás nos meus braços.
-Obrigada Erat. OBRIGADA. Melinye!
-Melinye, aguenta mais um bocadinho.
-Aguentarei Erat. Mas despacha-te por favor!
-Vou ser mais rápido que um relâmpago. Eu e as tropas! Olha, mantém a tua mente para que me aperceba das coisas.
-Está bem!
Eu mudei logo de atitude senti-me cheia de coragem apesar de ainda ter algum medo. Estava muito sossegada a arranjar-me e a cantar até que bateram à porta e eu falei para o Erat e disse:
-Erat está atento aos meus pensamentos, vem aí alguém.
-Está bem! – respondeu ele.
Pus uma voz firme e disse:
-Pode entrar!
Um elfo escuro entra pelo meu quarto. Eu não sabia quem era mas meteu medo desde o primeiro segundo que o vi.
-Desculpe mas posso saber quem é?
-Eu sou Rathir. – respondeu ele.
-Ah! Olá.
Enchi-me de medo mas fiquei de aparência forte.
-Posso saber que quereis desta pobre dama? – perguntei.
-Quero saber que feitiço usastes para com o meu filho?
-Feitiços? Eu? Meu senhor deve estar enganado, eu sou uma guerreira como todos eles.
-Tu não és a Yáviël? Filha de Haldir?
-Sou sim. E o senhor é quem o matou certo?
-Estou a ver que já me conheceis.
-Conheço e melhor do que queria conhecer. A propósito, o meu futuro marido como está?
O Erat respondeu antes de Rathir dizendo:
-Essa era escusado Yáviël, eu estou a ouvir.
-Se não queres que eu morra está caladinho.
Rathir pensou um bocado mas respondeu:
-Creio que está a acabar a papelada com o líder mas vem já ter com vós e acho que até vai dormir com vossa excelência hoje. Para evitar contactos com os teus amiguinhos de Oeste Azul, principalmente aquele irritante do Carnil.
-Está bem! E o casamento para quando fica?
-Para amanha às 15 horas.
-Amanhã? Mas senhor eu nem vestido tenho…
-Não vos preocupeis com isso, amanhã ireis ter o mais belo dos vestidos.
-Posso fazer uma pergunta antes de vos ausentar-vos?
-Podeis.
-Porque me tratais tão bem quando matastes meu pai e me queríeis matar a mim?
-Porque o meu filho está obcecado por vós e se vos tratar mal ele vinga-se. Já não sou novo apesar de aparentar, já carrego nos ombros 758 anos. Tenho a mesma idade que teu pai teria se fosse vivo.
-Está bem! Obrigada.
Acho que Rathir não estava nas suas perfeitas condições. Acho que ele é que estava enfeitiçado e não o filho. Retirou-se logo de seguida e eu falei com Erat:
-Erat amanhã vê se chegas antes do casamento! Por favor!
-Pior do que isso é saber que ele hoje vai dormir contigo. Era escusado sim?
-Olha, eu não tenho culpa sim? Oh deixa lá a porcaria dos ciúmes e anda salvar-me!
-Porcaria de ciúmes Yáviël? E se ele se aproveita de ti?
-Hum acho que não. Hoje já o tentou mas quando disse que não respeitou. É estranho não é? Já Rathir estava diferente.
-Bem aproveita essa simpatia para saíres daí.
-Ah ah! Era bom demais.
-Pois, realmente era.
-Eu espero por ti e pelas tropas.
-É melhor e continua a fingir, mas não abuses!
-Esta bem!
Á noite o Anarion veio mesmo dormir comigo, quando chegou armou-se em importante e disse:
-Hoje vou dormir com a minha futura mulher! Tenho de te preparar para depois do casamento.
-Pois realmente tens. Eu preciso de me habituar a pessoas que ressonam e ocupam a maior parte da cama.
-Eu não sou uma pessoa, sou um elfo.
-Ninguém disse o contrario querido. Olha, que tens hoje?
-Não sei. Devem ter posto algo na bebida.
Eu desatei a rir. Afinal alguém se apercebeu e já me estava a ajudar.
-Sabes o que devias fazer meu querido? – perguntei.
-O que?
-Dormir muito descansadinho, amanha é o nosso dia, não podes ter sono.
-Bem… acho que tens razão. Boa noite….
E adormeceu logo. Quem é que andaria a por líquidos nas bebidas dos “futuros” lideres? Era de rir mesmo. Vim para o chão e estou a escrever agora. Amanha vou ser raptada pelo meu elfo encantado. Estou mortinha que isso aconteça. Até amanhã.