Terça-Feira, 18 de Maio de 2010

Querido diário:
Hoje voltamos á cabana. O meu irmão ainda estava muito presente naquela cabana e Erat sentia-o, por isso ir lá com frequência. Agora conheço a natureza de algumas ausências de Erat.
-O teu irmão tinha uma admiração especial pela Lorievel. Aquela da equipa do vento, a loira de corpo…
-Sim eu sei quem é. E porque não ficou com ela.
-Eles tentaram imensas vezes mas ela nunca engravidou. Tentavam e ela não engravidava por isso discutiam, enquanto andavam chateados, eu e ele íamos a procura de alguém para “saciar a fome” depois o amor entre eles era mais forte e voltavam a cair nos braços um do outro mas sem sucesso e andavam nisto. Ela é que ficou desfeita com a morte dele. Mas não chegou a assistir, dizia que não conseguia e desde que o teu irmão adoeceu nunca mais o viu, até ao funeral. A partir daí tornou-se uma guerreira mais forte, não sei se para “vingar” a morte dele.
-Uau isso é que é uma historia…
-Eles deviam de ter ficado juntos. E é isto que tenho medo que aconteça connosco.
-Descansa meu amor. Pensa nos treinos que temos hoje de tarde e no Anarion.
-Sim, sim. Isso é hoje á tarde, agora o momento é nosso e com o teu irmão.
-Então deixa tu agora o meu irmão um bocadinho. Ele está no nosso coração e não sai de lá. Qualquer dia fazemos alguma coisa em nome dele.
-Tens razão. Mas o meu coração também é teu…
-Hum ! Ser dona de um coração… Não está mal pensado.
Ele aproximava-se de mim e beijou-me. As mãos dele percorriam o meu corpo, os beijos tornavam-se mais intensos e acabamos por nos deitar numa das pequenas camas que lá tinha. O momento tornou-se de puro amor. Ele sussurrou-me ao ouvido:
-Queres?
Sem saber como assenti com a cabeça. E ele acrescentou:
-Então deixa-te levar e pensa apenas na pureza do nosso amor.
E deixei-me levar. O momento foi único e especial. Estávamos sozinhos, no meio da floresta, num local que havia pertencido ao meu irmão, um dos apoiantes da nossa relação.
Não há palavras para descrever o melhor momento das nossas vidas. Quando nos entregamos totalmente a quem nos pertence e nos ama.
Acabamos por adormecer e quando acordamos já estávamos atrasados para o treino. Ele acordou-me:
-Yáviël… Meu anjo… Eu sei que me amas muito e que és muito dorminhoca mas temos um treino pela frente e já estamos atrasados.
-Treino? Atrasados? Erat fica comigo…
-Amor, temos uma noite á nossa espera. Mas antes temos treino. Levanta-te dorminhoca.
-Ai que chato já nem se pode descansar.
-Quando estás em perigo não, não se pode descansar. VAMOS!
-Ai Erat. Fala baixo. Já vou. Chato, irritante…
-Tu e o teu bom humor… - disse ele.
-Eu sei Erat. Já sei. Desculpa, vou-me vestir rápido.
Vesti-me num instante e fomos embora. Os sorrisinhos de felicidade eram constantes na cara de Erat. Principalmente quando me olhava. Eu estava igualmente com uns sorrisinhos diferentes mas era mais discreta do que ele.
O treino acabou e no final Erat lembrava sempre a todos as recomendações. Treinar muito, comer pouco e as mulheres não engravidar porque precisávamos de toda a gente mas… nesta ultima recomendação ele olhou para mim e ficou sério, parou por uns segundos e eu fiz-lhe sinal para continuar para não dar muito nas vistas e continuou. Desde aí os sorrisinhos desapareceram e chegou uma preocupação.
Jantamos e fomos para o quarto:
-Yáviël… que fomos nós fazer?
-Amor? – respondi.
-Eu sei pah! Que nervos. Fizemos foi asneira. E se engravidas?
-Erat… não podemos voltar atrás…
-Não podíamos Yáviël, não podíamos. Que estúpido.
-Não gostas-te? – perguntei indignada.
-Amei meu amor. – respondeu ele a agarrar-me nas mãos e acrescentou. – mas não podes engravidar agora. E se Anarion descobre? E se a guerra é quando já for difícil para ti? Podes perder o bebé podes… tanta coisa amor, é perigoso.
-Não penses nisso agora meu bem! Vai tudo correr bem! Isto tinha de acontecer e pronto.
-Tens razão amor, tens razão… Ai que parvo, estou a preocupar-te e não devia. Meu amor foi maravilhoso. Deste-me tudo o que não tive até hoje.
-Nunca tiveste? Tu comias todas… - disse e fiquei a olhar para ele com cara de parva.
-Sim, mas o sentimento não é igual querida. Assim com amor verdadeiro e puro, tudo é muito melhor. E vamos aproveitar esta noite?
-Vamos, mas não da mesma maneira que hoje de manha. Erat… não pode ser sempre… agora preciso de miminhos.
-E lá perde um elfo a esperança de ter uma noite de sonho…
-Erat! Que coisa. Pensava que comigo era diferente... não pode ser a toda a hora!
-Tens razão por isso pensei dar-te miminhos. – disse ele com cara de malandro.
-Tu és mesmo… Bem deixa-me só escrever e já temos a nossa noite.
E cá estou eu a escrever. Até amanhã. Vou levar miminhos e descansar que bem mereço.