Querido diário:
O terror voltou.
Hoje de manha acordei e Erat já não permanecia a meu lado nem deixou bilhete nem uma simples flor.
Vesti-me a correr e fui ao estábulo. O cavalo dele já lá não estava, então montei a veloz e fui ter à cabana, deduzi que estivesse lá e estava mesmo.
-Erat? – chamei ao prender a veloz.
Ninguém respondeu, então entrei. Ele estava sentado e a segurar uma foto onde estava meu irmão e ele abraçados e com as suas armas às costas.
-Ele era mesmo importante Yáviël e não podia ter morrido assim. Não podia Yáviël.
-Eu sei… Eu também tinha o direito de me lembrar dele mas não lembro. Deixa-o orgulhoso de ti meu amor. Estamos juntos como ele previu e queria.
-Pois mas não sei se és a certa… não quero que sejas mais uma porque não és mais uma.
-Não hei-de ser meu amor. Acredita no meu irmão.
-Eu andava sem rumo como o teu irmão. Sim, sentia-me diferente contigo mas eras bebé e era errado pensar que podia vir a namorar, casar, formar uma família contigo, além disso eras irmã do meu melhor amigo e filha do meu mestre. Como achava que era completamente impossível andava com o teu irmão a tentar encontrar a minha alma gémea tirando-te completamente da lista possível, apesar de tudo… Até te voltar a ver em casa da tua avó. Aí percebi que não havia motivo para andar a experimentar mais porque eras e és tu quem eu quero. Por favor, faz-me ter certezas.
-Meu amor, espera pela paz e depois veremos. Concentra-te em ganhar a guerra e dar paz ao Mundo Azul. Vai buscar forças ao meu irmão que tenho a certeza que ainda te guarda.
-Amor… Eu espero mas é difícil dormir todos os dias contigo e ver-te e… passar noites em branco na incerteza de poderes ser ou não.
Eu sorri-lhe na esperança de isso lhe poder dizer mais do que realmente conseguia.
-Eu vou passar a dormir noutro lugar qualquer durante uns tempos. É muito cruel teres de aguentar isto tudo por mim.
Ele num disparo agarrou-me nos ombros e implorou:
-Não faças isso Yáviël! Conquistamos tanto para que?
-Para ficarmos juntos amor. Mas não podes sofrer, não quero isso.
Ele beijou-me inesperadamente e as mãos começaram a descer dos ombros para o resto do corpo. Eu sussurei:
-Erat vai com calma.
O corpo queria ceder mas a mente dizia que era cedo. Ele afastou-se e disse:
-Bem tentei alguma coisinha. Estava à espera que cedesses, como já estivemos perto…
-O corpo bem o quis mas a mente é mais forte. E lutar grávida não sei se é o melhor estado. Amor espera que a guerra acabe. Não quero dar-te o teu primeiro herdeiro em plena guerra.
-Está bem. Ganhas-te. Mas não mudes de quarto.
-Não mudo amor. Prometo! – disse.
-Não me olhes assim minha malandra! Dás-me sede de beijos.
-Então mata essa sede. Mas só se me apanhares.
Desatei a correr para a floresta. Estava escondida atrás de uma árvore e ouvia-o a dizer:
-Princesa, Yáviël, Oh querida anda lá. A sede é tanta… Por favor…
-Encontra-me amor.
Ele detectou a minha voz e eu fugi mas quando ia a fugir um ser estava atrás de mim era Anarion. Eu gritei, o Erat ouviu e veio ter comigo de imediato.
-Que estás aqui a fazer? Yáviël sai daqui. – disse Erat.
-Não amor, nem penses que te deixo aqui sozinho.
-YÁVIËL.
-NÃO ERAT.
-Posso interromper ? Já soube que namoram. Os meus parabéns. Mas sabes Erat. A Yáviël é minha. – disse Anarion.
-Porque tens esse desejo por Yáviël? – perguntou Erat.
-Se te perguntar isso sabes responder? – respondeu Anarion questionando também Erat.
-Sei claro. Ela é a minha alma gémea. – respondeu Erat.
-Estás grávida minha querida? Não sabia dessa novidade. – disse Anarion com tom Irónico.
-Não, não estou. Mas hei-de estar. –respondi.
-Ás vezes estavas melhor calada sabias Yáviël. – sussurou Erat.
-Pois hás-de e o filho vai ser meu. Vai ser mais um vilão para a nossa história. – disse Anarion
-Vai para o Inferno seu canalha. O meu filho vai ser bom e não vai ser teu filho decerteza.- respondi.
-Como sabes? Minha querida Yáviël… aqui quase tudo é possível. – Disse Anarion.
-Quase tudo Anarion. E é completamente impossível eu ficar contigo e muito menos ter um filho teu.
-A tua espada Yáviël? – perguntou Anarion do nada.
-Está na cabana…
Olhei para a cabana estiquei a mão e pensei na espada. Ela inesperadamente veio ter comigo. E acrescentei:
-Ou então na minha mão.
E sorri com aquele ar de quem está satisfeita e orgulhosa de si mesma e apontei-lhe a espada em sinal de ameaça.
-Como é que tu… eu não vi esse teu poder… não pode ser…
-Ai pode, pode Anarion. Vai embora e não nos chateies durante muito tempo.
-Isso é quase impossível minha querida Yáviël, hoje deixo-vos mas futuramente ireis ter uma visita inesperada. Uma visita que não irá agradar o vosso povo e muito menos a nossa querida Yáviël. Nesse dia serás minha.
Montou o cavalo e saiu.
-Tu és fabulosa meu amor. – disse o Erat a dar-me imensos beijos.
-Será que sou Erat?
-Claro. Eu tenho tudo nas minhas mãos. Tenho-te a ti. Mas estou desiludido comigo mesmo.
-Mas porque meu amor?
-Devia de ser eu a defender-te.
-Deixa-te de machismos e vamos para casa. Já nos devem aguardar.
Fomos para casa. Passamos o resto do dia lá. Ele ainda não chegou a casa. Foi ter com o seu braço direito. Estou a espera dele mas acho que vou dormir. Ate manha.
Domingo, 16 de Maio de 2010