Segunda-Feira, 10 de Maio de 2010

Querido diário:
Bem já estou em casa, finalmente, mas tenho de contar as coisas como é óbvio.
Hoje acordei com o Anarion maluco a chamar-me as oito horas da manha para me ir vestir para o grande dia e saiu.
Como é óbvio não me fui vestir àquela hora, esperei mais um bocado e depois chamei o Erat:
-Erat!
-Diz querida.
-Vou-me vestir. PARA O CASAMENTO!
-Já estamos a reunir e já vamos partir.
-Anda lá Erat...
-Estou a ir aguenta.
Continuei a vestir-me muito tranquilizada. Fora do quarto notava-se uma inquietação muito elevada, ouvia-se barulho de pratos, de passos apressados e de vez em quando a voz do Anarion:
-Querida… estás bem? Posso entrar?
-Não Anarion. Dá azar ver a noiva ante do casamento.
-Ah está bem. Aguardarei então.
Ele já estava esquisito, já era a quinta vez que me vinha perguntar o mesmo. Não liguei simplesmente. Acabava sempre por ir embora era o que interessava. O meu vestido era comprido, branco e apanhado com umas flores de um cor-de-rosa muito suave. Era simples mas muito bonito. Atrasei-me muito, de propósito claro. Eram já horas de descer e tinha começado a preparar o penteado. Entraram no quarto e disseram:
-Menina Yáviël, o menino Anarion ordenou que descesse.
-Diga-lhe que ainda me estou a preparar para atrasar um bocadinho por favor.
E saio. Falei imediatamente com Erat:
-Erat!
-Diz querida.
-Tenho de ir para o casamento!
-Óptimo!
-Óptimo?
-Sim, o local onde vai ser o casamento já está rodeado pelas tropas. Trouxe-te a espada caso seja preciso.
-Com este vestido é capaz de não dar muito jeito.
-Ah ah ! Olha faz assim, quando chegares a beira deles para “casar” diz que te dói muito a barriga ou assim e nós atacamos nesse preciso momento.
-Vou agora então. Preparem-se.
-Preparadíssimos querida! Até já noiva.
Sorri quando referiu a palavra noiva. Saí do quarto e fui ter com Anarion que disse isto mal cheguei:
-Estás tão linda Yáviël! Nunca pensei que uma guerreira poderia ficar tão gira como noiva.
Depois de ele ter dito isto começou o teatro:
-Ai Anarion… Não me estou a sentir bem! Anarion! Ai que dores. Deixa-me sentar.
Ele gritou:
-Cheguem rápido uma cadeira para a Yáviël! A noiva está a sentir-se mal.
Quando me sento oiço o barulho das tropas irritadas a avançar para atacar. Erat vem logo ter comigo e entrega-me a espada.
-Ahahahah, isto era um truque! Muito bem Yáviël usas-te a mente!
-Claro querido Anarion.
Rathir dormia profundamente. Uma voz surge de fundo:
-Meu amo nada podeis fazer contra estas tropas! Estais sob o efeito de uma poção que não vos deixa interagir. Aconselho-vos a deixa-los partir.
-ATÉ OS MEUS CRIADOS ME TRAEM. Seu bando de traidores!
Eu fui ter com a senhora corajosa que me andou a ajudar desde que aqui estou.
-Obrigada por tudo! Venha connosco, acompanhe-nos. Lá a vida é muito melhor do que esta.
Ela nem recusou. Montou um dos cavalos de um guerreiro que a acompanhou e guardou. Partimos sem um único pio do Anarion e muito menos do Rathir que estava a dormir profundamente. A viagem foi longa mas a chegada foi compensadora. Quis ir logo para o meu quarto dormir e Erat acompanhou-me:
-Hoje o meu príncipe encantado foi salvar-me.
-Deduzo que esse príncipe seja eu! – respondeu ele.
-Claro que és. – disse.
-E já não sou aproveitador? – perguntou.
-Não. Desculpa Erat. Não fui correcta eu sei.
-Sabes como podias compensar?
-Diz, diz, diz…
-Beija-me.
Coloquei a minha mão na cara dele suavemente e encostei os meus lábios aos dele e beijei-o. Foi bom, doce, quente… Depois disse:
-Anda, deita-te no meu peito e dorme. Tens de descansar por tudo o que passas-te.
Eu deitei-me e adormeci. Acordei agora e estou a escrever. Ele está a dormir profundamente, vou já para ao lado dele que está mais quentinho. Até amanha.