Domingo, 23 de Maio de 2010

Querido diário:
Hoje foi o dia decisivo.
Deixaram-nos “dormir” mais do que o costume. Não era normal. Ás 4 horas da manhã já nos atormentavam a cabeça e hoje eram por volta das 11 horas e ainda ninguém nos tinha vindo chatear. Por um lado ainda bem mas por outro é mau sinal. Mais tarde um bocadinho vieram dois guardas e disseram:
-Por agora apenas queremos a Yáviël. Acompanhas-nos a bem ou temos de te levar a mal?
-Eu vou pelo meu próprio pé. – disse.
Erat sem forças e sem se mexer disse:
-Ninguém a leva e ninguém a magoa.
-Olha olha o aleijadinho está a falar, fizeste progressos desde ontem. – disseram os parvos dos guardas. E acrescentaram. – Despacha-te Yáviël.
Eu com imenso medo lá andei. Atara-me as mãos pelo sim pelo não e levaram-me. Levaram-me até a um médico. Anarion estava lá também, Rathir não.
-Podem sair. Doutor, quero que veja se Yáviël está grávida. – disse Anarion.
-Mas eu não quero que me toquem. – disse.
O médico estava confuso. Via-se que não era mau como eles.
-Afinal o que faço? – perguntou o médico.
-O melhor que tem a fazer é não me tocar.- avisei.
-Mas eu quero que lhe faça o teste. E quero os resultados antes do almoço ser servido. – disse Anarion.
E saiu. Deixou-me apenas a mim e ao médico.
-Olhe podemos fazer um acordo?
-Sim menina, podemos.-disse o médico.
-O doutor faz-me o teste e seja qual for o resultado o que vai dizer ao Anarion ou ao Rathir é que eu não estou grávida. Se não cumprir com isso pode garantir que a sua cabeça vai andar a rebolar pelo chão e não é agarrada ao seu pescoço.
O médico engoliu em seco e respondeu:
-Se assim o quer.
-Volto a avisar-lhe. Uma palavra que seja a dizer que estou grávida e puff fica sem cabeça.
O homem voltou a engolir em seco e disse:
-Já percebi menina mas vamos iniciar o teste?
-Sim.
Aquilo foi muito estranho. Não eram aqueles testes das farmácias nem nada normal. Apenas me tirou sangue arrancou-me um cabelo, ouviu o meu coração e apalpou o meu ventre. Passavam apenas 4 ou 5 dias de poder ter engravidado mas se apalpasse a barriga sentia-se qualquer coisa de diferente. Era tudo muito estranho. A sala estava completamente em silencio. Até ele o quebrar.
-Já sei o resultado menina.
-E qual é? Diga-me.
-A menina…
-Ai diga homem.
-A menina está grávida.
Eu sorri e dei pulos de alegria.
-Obrigada!! Ah e livre-se de dizer alguma coisa.
-Menina só queria avisa-la de uma coisa!
-O que?
-A gravidez dos elfos não é igual á dos humanos!
-Não? Então como é?
-A gravidez só dura três meses. Ou seja, a barriga começa a notar-se a muito cedo. E se quer esconder isto de Rathir ou Anarion é melhor que fuja o mais depressa possível.
-Obrigada meu senhor. Já ajudou imenso. E lembre-se, eu não estou grávida.
-Compreendido menina. Vamos?
-Sim.
Saímos e fomos ter com Rathir e Anarion ao salão deles. Anarion começou:
-Então? Os resultados?
-A menina Yáviël não está grávida meu senhor. – respondeu o médico.
-Optimo. Podeis sair. Yáviël, vamos lá soltar o teu amado.
Eu respirei de alivio. Chegamos á cela e antes de Anarion dizer alguma coisa eu disse pela mente:
-Meu amor eu estou grávida mas o Anarion pensa que não. Ele vai libertar-te e tu vais embora e chamas as tropas para me virem salvar. Está bem?
-Estás grávida Yáviël? A sério? Isso é extraordinário meu amor. E sim vimos-te buscar o mais rapidamente possível. -respondeu.
-Obrigada meu amor.
-Erat, temos pena mas a tua amada não está grávida, logo já não preciso de ti. Podes ir. Os meus guardas vão-te levar já que estás com poucas forças para isso.
Ele não respondeu porque realmente mal conseguia. Mas por mente não eram necessárias forças e lá vi a felicidade dele.
-Tu agora vens comigo Yáviël.
Eu fui. Tive de ir.
-Quero que vistas isto hoje á noite. Vamos jantar e depois ter a nossa merecida noite.
-E se eu não quiser. – respondi-lhe.
-Mas tens de querer.
-Qual é a pressa Anarion? – perguntei.
-Nenhuma. – respondeu.
-Então podemos esperar por amanha? Ainda estou muito abalada.
-Podemos. Sim, podemos. Onde queres dormir?
-Na cela! – respondi.
-Estás maluca? Não te vou por lá!
-Já puseste! Qual é o mal?
-O mal é que não quero. Vais para um quarto que mandei fazer para ti.
-Sem ti? – perguntei.
-Se assim o quiseres.
-Quero Anarion.
-Está bem.
Trouxe-me para o quarto e trancou-me aqui. Não paro de mexer na barriga e de pensar em nomes. Mas os nomes que estou habituada a ouvir são de humanos. Não de elfos. Acho que vou precisar da ajuda de Erat. Aliás tive a falar com ele.
-Amor?
-Yáviël?
-Sim meu bem. Como estás?
-Deitado na cama de hospital. As tropas trouxeram-me para aqui mal me viram.
-Não era para menos. Estás em tão mau estado.
-Agora já estou melhor. Faltas tu meu amor.
-Estou trancada num quarto. Preciso da tua ajuda meu amor.
-Diz. Ele fez-te algum mal?
-Não meu amor. Eu não sei nomes de elfos e estava a pensar em possíveis nomes para o nosso filho e preciso da tua ajuda.
-És tão tona. Eu ajudo amor… olha de menino gosto do nome do teu irmão, Gorfindell acho que era uma boa homenagem a fazer-lhe. E para menina… Lorien.
-Então assim será meu amor. Eu não paro de apalpar a barriga meubem. Já sinto alguma coisa, ou melhor já sinto o nosso filho meu amor e é maravilhoso.
-Só queria estar contigo e sentir também.
-E estarás, amanhã quando me vierem buscar eu vou logo ter contigo pode ser?
-Claro Yáviël. Olha só mais uma coisa…
-Diz Erat.
-EU AMO-TE duma maneira inexplicável. Finalmente descobri com quem vou passar o resto da minha eterna vida e que é uma rapariga maravilhosa, uma boa guerreira, irmã do meu melhor amigo e do meu mestre, a mulher dos meus filhos e futuramente a minha mulher.
-Isso é um pedido de casamento?
-Não. Achas que te ia pedir em casamento assim? Vai ser muito mais especial meu amor.
-Trata é de mandar as tropas amanhã cedinho porque o Anarion quer ver se é ele a minha alma gémea.
-Esse canalha que nem tente tocar-te.
-Então manda as tropas a tempo Erat.
-Mandarei minha princesa. Olha vou dormir porque á dias que já não durmo e aqui não sinto muitas dores. Posso ir?
-Podes Erat. Boa noite. Dorme bem meu anjo. EU AMO-TE.
-Eu também te amo meu doce. Até amanha. Diz até amanha ao nosso filho.
-Sim eu mando as boas noites do papá babado ao filho.
-Obrigado. Boa noite amor!
E lá foi o Erat ter o seu merecido descanso. Agora acho que vou eu ter o meu. Até amanhã.